sábado, 3 de março de 2012

Justiça

Não há justiça
No amor.
Na vida.


Os sentimentos não são justos
Com quem fica,
Com quem vai,
Ou apenas passa,
Sem intenção alguma
De ser cruel.


O que sente,

Apesar de toda a força,
Não é forte o bastante
Para me deter,
Para me convencer.

E o que sinto,
Ou não sinto,
É inexplicável para você.


Não é justo...

Que pense que estou bem,
E eu não encontre palavras
Para dizer a verdade.

Não é justo...

Que acredite no que vê,
Sem se questionar
Acerca da veracidade
De suas constatações.

Não é justo...

Que não duvide da tranquilidade,
Da segurança
Que me cerca.

Que se deixe levar por olhares duros
E por faces inexpressivas.

Que não perceba os detalhes,
As senhas,
As deixas,
A tristeza oculta,
E as lágrimas escondidas.


Lágrimas.
Daquelas para serem choradas à noite,
Sozinho,
Sem que ninguém veja.
Não por vergonha,
Mas porque ninguém,
Além de quem chora,
Entenderia.


Não há justiça...

Quando o que resta é o silêncio
E dele se espera todas as respostas.


Quando a sentença devora,
Igualmente,
Algozes e vítimas.


Não há justiça.

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