Certezas passageiras.
Falsas calmarias.
Enquanto tantos choram sem conhecer a verdadeira dor,
Há os que, de tanta dor, já não conseguem mais chorar.
São tantas lágrimas poéticas,
Desprovidas de sentido,
Que a verdadeira mágoa se esconde
E se faz sofrer calada.
E nestes tempos, onde a tristeza é uma coisa bonita,
Há, e muito, quem abuse da boa sorte,
Inventando mazelas, dramas e mortes
De amigos e amores que nunca existiram.
Mas pelos olhos, agora secos, dos insensíveis,
A vida passa apática.
E em meio ao tumulto,
Além dos que gritam e dos que apenas observam,
Estão aqueles que não fazem mais nada.
Aqueles que taparam seus ouvidos para a cacofonia de absurdos,
Fecharam os olhos ante a estupidez e a banalidade
E engoliram ofensas que poderiam ter sido facilmente esbravejadas.
O silêncio guarda, dentro de si,
A revolta incompreendida.
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