terça-feira, 5 de junho de 2012
Tormenta
Debruçado na janela,
Contemplo esse horizonte cinza,
Nebuloso.
Nuvens com cor de chumbo,
Carregadas de incertezas.
De longe,
Sopra um vento de chuva,
Trazendo consigo o cheiro de outros tempos.
Fechos os olhos e,
Sem sair do lugar,
Me permito voar em pensamentos,
Lembrando de momentos
E de um lugar especial.
Um lugar distante,
Escondido,
Onde tudo era mais fácil, simples e bonito.
Lembro de casas,
Pessoas
E objetos.
Lembro de presentes,
Promessas,
Afetos e desafetos.
Lembro de bons e maus momentos.
Lembro de fins,
Começos
E recomeços.
Recomeços que, aliás,
Pareciam ser inesgotáveis.
Quase eternos.
A primeira gota, então, molha meu rosto
E eu desperto de meu sonho.
A chuva não veio.
É apenas uma lágrima.
Mais uma vez,
Respiro fundo e encaro,
Com forçada serenidade,
A verdade que à minha frente se desdobra.
Eu estou à espera de uma tormenta que nunca chega.
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