Hoje à noite,
Em meio ao ribombar dos fogos,
Estarei pensando nos mortos.
Estarei pensando naqueles
Que não tem o que, por que
E nem com o que comemorar.
Estarei pensando naqueles
Que não tem o que, por que
E nem com o que comemorar.
Estarei lembrando
Daqueles que não chegaram.
De todos os que, apesar da vontade,
Daqueles que não chegaram.
De todos os que, apesar da vontade,
Caíram e ficaram pelo caminho.
Meu pensamento estará naqueles que,
Em tempo, não perceberam,
Em tempo, não perceberam,
Que querer nem sempre será o bastante
Para ir além de onde se está
Ou para chegar a algum lugar.
Estarei pensando nos questionamentos
Acerca da realidade e da veracidade
Sobre as histórias que nos são contadas.
Estarei pensando
Na justiça da vida,
Tão comentada, discutida,
Embora poucas vezes vista
E, menos ainda, aplicada.
Sobre as histórias que nos são contadas.
Estarei pensando
Na justiça da vida,
Tão comentada, discutida,
Embora poucas vezes vista
E, menos ainda, aplicada.
E enquanto todos festejam cegamente,
Eu perco meu tempo.
Penso em coisas que ninguém mais pensa
E lamento tristezas tão naturais.
Porque hoje à noite,
Em meio ao colorido dos fogos,
A vida escapa de minhas mãos.
Hoje à noite,
Em meio às bebidas e aos sorrisos,
Finalmente eu me liberto da ilusão.
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