segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Promessas

Vem cá.
Senta aqui,
Me dá sua mão.

Vamos fazer uma promessa.
A mais infantil
E ingênua
De todas as promessas.

Vamos prometer nunca trair
E nem abandonar
Quando mais precisarmos um do outro.

Vamos prometer a felicidade,
Mesmo que não seja eterna,
Mas que exista sempre que puder existir.

Vem cá.
Senta aqui
E promete comigo.

É frágil, eu sei.
Afinal, é tão fácil sair.
Há, inclusive, quem goste de quebrar
Esses elos e correntes que as pessoas inventam.
Seguranças relativas, eu sei,
Mas, se existem,
Não deveriam ser respeitadas?
Nós achamos que sim.
Nós.

Eu sei que você também cansou
Dessas falsas promessas,
Desses amores de vidro,
Das eternidades que passam.
Daquelas pessoas estranhas
E tão cruéis,
Que não sofrem por trair,
Que não choram por perder.

Eu sei, eu sei.
Nisso, somos iguais.
Estamos longe da perfeição,
Mas em meio a isso tudo
Somos perfeitos.
Ao menos,
Um para o outro.

Então, vamos prometer
Que apesar das diferenças,
Seremos idênticos no querer.

Vem cá,
Me dá um abraço.
Esquece o que passou.
Mesmo que, depois, as lembranças voltem
E tudo se perca outra vez.

Se não há razão na vida,
Vamos vivê-la assim mesmo,
Desse jeito meio louco,
Sem motivos, sem porquês.

Se entender é, assim, tão cansativo,
Vamos fazer de conta
Que esquecemos como funciona,
Que não conhecemos as verdades.

Se os sentimentos são miragens,
Meras imagens,
Que seja, então.
Sejamos iludidos.

Vem cá, fecha os olhos e promete
Que todas as noites,
A partir de hoje,
Serão como aquela,
Frias, escuras e incrivelmente felizes.
Promete que todo beijo, de agora em diante,
Será como aquele,
Roubado,
E com um sussurro,
Dizendo que haverá outros,
Tantos,
Muitos.

Eu, juro, estou tentando,
E vou tentar o quanto eu puder.
Vou guardar minhas certezas,
Minhas tristezas,
Pra ver até onde chegamos.

Ainda assim, vem cá,
E não se preocupe se não conseguir prometer agora.
Se não conseguir acreditar na promessa que fez.
Eu, confesso.
Estou tão confuso
E assustado
Quanto você.

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